Quem diria...

A gente muda, né?
Muda o jeito de falar, a maneira de se vestir, muda o gosto musical, toma decisões diferentes.
Num certo momento da vida, quem nunca chorou passa a ser mais emotivo. Aquele que dava valor às coisas materiais, passa a se preocupar em viver de forma simples.
Isso é maturidade!
Na infância queremos ter maioridade, com dezoito nos consideramos donos do próprio nariz. Com vinte e tantos, bate uma baita saudade de ficar jogado no sofá assistindo os desenhos favoritos. Com trinta, acredito que olhando pra trás, vou rir de minhas melancolias, dos surtos gramaticais, do meu corte de cabelo, dos móveis de casa, dessas coisas que escrevo.
Alguns planejam seu futuro, preocupam-se com a aparência que a idade vai trazer. Penso no futuro também, mas não me imagino na casa dos ‘enta’ . Não por medo de envelhecer, mas por expectativas de mudanças. Queria chegar lá sem precisar fazer mais mudanças, chegar pronta! Pronta para os netos, para as reuniões de família, para dar conselhos, para olhar para o lado e perceber que passei anos e mais anos com meu verdadeiro amor sem me arrepender de ter casado.

(É, foi meio contraditório. Já estou me imaginando com rugas e cabelo branco).
Enquanto o futuro não vem, precisamos manter o foco: progredir a cada dia para nos tornarmos melhores. Se as mudanças não acontecem agora, quem pode garantir que a terceira idade chegará junto com as recordações de um tempo, onde amadurecer parecia difícil e controlar as loucuras da mocidade era tarefa quase que impossível?
Quem sabe o maior medo em relação às mudanças, seja supor o que as pessoas vão pensar. Ouvir aquele ‘quem diria, heim!’ nem é tão ruim assim....